Os donos da terra
Quem disse que não há índios no ceará
Nunca ouviu falar em tupinambá,
Desconhece os jenipapo-kanindé,
Nem desconfia que existe Tremembé.
Na verdade tem índio em todo canto por aqui
Em pacatuba e Maracanaú tem pitaguary
E espalhados no ceará ainda tem
Tapeba, Paiaku, Kalabaça, e Potiguara
Kanindé, kariri e Tabajara,
Esses são os povos indígenas do ceará
Que estão de cabeça erguida a lutar
Se organizando, crescendo e reivindicando
Uns aos outros ajudando
Os índios já aprenderam a lição
Após ler a constituição
Ficaram sabendo que têm direito a sua terra demarcada
Educação digna e diferenciada,
Que têm direito a saúde de qualidade é questão de dignidade
Mas o povo Pitaguary
Por não falar o tupi
É bastante discriminado
Só aceitam índio nu, como no passado
A situação se repete em toda área nacional,
Em um dia especial
O índio é lembrado em todo local
É dezenove de abril
O índio é lembrado em todo Brasil
Neste dia se ensina que índio é feliz
Que tem vida a que quis
Vive comendo tudo que é raiz
Com a maracá a balançar
Todos o toré vão dançar
Dizem que índio que é animal
E esquecem de dizer que é racional
O não-índio é engraçado
Não quis ver índio despido
E hoje que esta vestido, quer vê-lo pelado
O índio como o branco também evoluiu,
Vestiu roupas e, em vez de oca, casa construiu
Não deixou sua cultura morrer
Isso nem precisava dizer
Quando adoece vai a mata a procura
De planta que traz a cura
Confiar em planta medicinal é herança cultural
E como se assustaria Cabral
Se soubesse que índio ainda existe
Sofreu e sofre, mas de ser o que é não desiste
E como Cabral ficaria irritado
Se soubesse que já soubesse em todo país ocupado
Que antes de sua chegada
O Brasil já era uma nação habitada
Dos donos a terra foi roubada
Tendo sua riqueza explorada
O indo foi obrigado a trabalhar
Para o rei de Portugal enricar
Como se não bastasse a invasão
O índio conheceu a escravidão
E por culpa do Europeu
O índio foi quem sofreu.
Marilene Lopes da Silva,
Índia Pitaguary
(retirado do livro: Ceará terra da luz, terra dos índios.)
olá, este texto foi escrito por mim e eu gostaria de dizer que ele, nesta versão,contém vários erros(frases repetidas, entre outras coisas)...um abraço da Mary pitaguary
ResponderExcluirô lene querida, se você puder me mandar o texto corrigido, eu ficaria muito contente. Gostei muito dele, um abraço!
ResponderExcluirOS DONOS DA TERRA
ResponderExcluirQUEM DIZ QUE NÃO TEM ÍNDIO NO CEARÁ
NUNCA OUVIU FALAR EM TUPINAMBÁ
DESCONHECE OS JENIPAPO-KANINDÉ
NEM DESCONFIA QUE EXISTE TREMEMBÉ.
NA VERDADE, TEM ÍNDIO EM TODO CANTO POR AQUI
EM PACATUBA E EM MARACANAÚ TEM PITAGUARY
E ESPALHADOS NO CEARÁ AINDA TEM:
TAPEBA, ANACÉ, KALABAÇA, POTIGUARA
KANINDÉ, KARIRI, GAVIÃO E TABAJARA...
ESSES SÃO OS POVOS INDÍGENAS DO CEARÁ
QUE ESTÃO DE CABEÇA ERGUIDA A LUTAR
SE ORGANIANDO, CRESCENDO E REIVINDICANDO
UNS AOS OUTROS AJUDANDO.
NÓS, ÍNDIOS, APRENDEMOS A LIÇÃO
APÓS LERMOS A CONSTITUIÇÃO
FICAMOS SABENDO QUE TEMOS DIREITO À NOSSA TERRA DEMARCADA, EDUCAÇÃO DÍGNA E DIFERENCIADA,
QUE TEMOS DIREITO À SAÚDE DE QUALIDADE,
POIS É QUESTÃO DE DIGNIDADE.
MAS O POVO PITAGUARY
POR NÃO FALAR O TUPI
É BASTANTE DISCRIMINADO
E SÓ ACETAM O ÍNDIO NU, COMO NO PASSADO
O NÃO-ÍNDIO É ENGRAÇADO:
NÃO QUIS VER O ÍNDIO DESPIDO
MAS HOJE QUER VÊ-LO PELADO...
EM UM DIA ESPECIAL,
O ÍNDIO É LEMBRADO EM TODO LOCAL:
É 19 DE ABRIL
SE FALA DE ÍNDIO EM TODO O BRASIL...
NESTE DIA SE ENSINA QUE O ÍNDIO É FELIZ,
QUE TEM A VIDA QUE QUIS
COME TUDO QUANTO É RAIZ
E COM A MARACA A BALANÇAR
VIVEM NO TORÉ A DANÇAR.
ENSINAM QUE O ÍNDIO É SELVAGEM E ANIMAL
E ESQUECEM DE DIZER QUE É RACIONAL.
O ÍNDIO, COMO O BRANCO, TAMBÉM EVOLUIU
VESTIU ROUPAS E EM VEZ DE OCA, CASA CONSTRUIU
MAS NÃO DEIXOU A SUA CULTURA MORRER
ISSO NEM PRECISAVA DIZER...
QUANDO ADOECE VAI NA MATA A PROCURA
DE PLANTA QUE TRAZ A CURA.
CONFIAR EM PLANTA MEDICINAL
É HERANÇA CULTURAL
E COMO SE ASSUSTARIA CABRAL SE SOUBESSE QUE O ÍNDIO AINDA EXISTE
SOFREU E SOFRE, MAS DE SER O QUE É NÃO DESISTE.
E COMO CABRAL FICARIA ENVERGONHADO
SE SOUBESSE QUE JÁ SE SABE,EM TODO O PAÍS HABITADO,
QUE O BRASIL FOI INVADIDO POIS JÁ ERA UM LOCAL OCUPADO
QUE SE SABE, QUE DOS ÍNDIOS A TERRA FOI ROUBADA
TENDO SUA RIQUEZA EXPLORADA,
O ÍNDIO FOI OBRIGADO A TRABALHAR
PARA O REI DE PORTUGAL ENRICAR
E COMO SE NÃO BASTASSE A INVASÃO
O ÍNDIO CONHECEU A ESCRAVIDÃO,
E POR GANÂNCIA DO EUROPEU
O ÍNDIO FOI QUEM SOFREU.
ESSE TEXTO TAMBÉM É MEU:
ResponderExcluirArtesanato indígena pitaguary
Mãos que tocam e transformam
Natureza em utensílios,
Em adornos, em enfeites.
Em sustento para os filhos.
Uma arte criativa
Feita com dedicação
Ensinada e repassada
Geração por geração.
A natureza oferece
Matéria-prima em fartura
E seu uso nos permite
Revitalizar a cultura
E por falar em natureza...
Viva ela que dá vida!
Presente de deus Tupã,
Mãe generosa e querida...
Nela tem a carnaúba
Planta útil e faceira.
Palha, raiz, tronco, talo
Além da sombra e da cera.
Da palha tira o tucum
Que tem muita utilidade:
Se faz cordas para adornos
Trajes pra comunidade.
Da raiz se faz remédio,
Do tronco, casas e bancos.
Do talo se faz os jarros,
Que são lindos sejam francos.
É a “árvore que arranha”,
(significado em tupi)
Planta querida e farta
Na terra pitaguary.
Várias formas de sementes
Também temos para usar
Médias, grandes, coloridas...
Para em arte transformar.
Tem mulungu, tem linhaça,
Mucunã e jiriquiti,
Pau-brasil e sabonete
Nas matas pitaguary.
A cerâmica é nosso orgulho,
Um símbolo de resistência
Uma herança cultural
Para a nossa descendência.
Água, areia e argila,
Mãos ágeis, habilidosas...
Fazem parte da receita
Pra criar peças formosas.
Potes, pratos e moringas,
Alguidares e panelas.
O artesão pensa e molda,
Cria jarros e gamelas.
Temos também quem produz
Belas bolsas e peneiras,
E se procurar um pouco
Vai achar quem faz esteira.
Temos fibra natural,
Que pode ser colorida,
Transformada em artesanato
Vira um meio de vida.
Nem todos os artesãos
Fazem peças pra vender.
Muitos deles só produzem
Para si, e por prazer.
Pedra, bambus e penas
Viram peças de valor.
Mas isso só é possível
Se unir arte e amor.
Por aqui eu vou ficando
Já deixei o meu recado,
Quem quiser vir conferir,
Pode vir, tá convidado.
Autora: MarY pitaguary
Lindo Mary, vou publicá-lo
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